PRÊMIO A MENTIROSOS

A audácia dos franceses Guillaume Chauvin e Rémi Hubert chocou os organizadores do Grand Prix du Photoreportage Etudiant 2009, realizado pela revista Paris Match. Isto porque, ao serem anunciados como vencedores pelo ensaio Etudiants: Tendance précaire, os fotógrafos contaram que todas as fotos eram, na verdade, grandes encenações produzidas por eles.

A questão da montagem nem seria tão difícil de ser engolida, se o ensaio não tivesse como tema a condição de jovens franceses que se prostituíam para pagarem seus estudos. Segundo a dupla, o trabalho tem como real proposta, denunciar “o discurso midiático que tem por ingredientes a complacência e o voyeurismo na representação da desgraça humana”. Depois dessa, obviamente, a organização do prêmio anulou tanto conquista, quanto os cinco mil euros da premiação.


Sem dúvidas, a idéia dos franceses não justifica a mentira, mas com certeza abre discussão. As fotos dos franceses sem o discurso por trás delas, perdem seu valor? Aliás, em premiações fotográficas o que é mais relevante na hora de avaliar um ensaio: fotos? Discurso? Crédito? História? Técnica? Simplicidade? Complexidade?

Fonte

Muito sinceramente acho que eles só ganhavam pelo tema ser pouco explorado porque das fotos que vi nem estão nada de especial. Foi uma atitude à artista mimado que lhes valeu um dissabor de 5 mil mocas.

Tudo bem que têm ali um ponto de vista e que se calhar de outra maneira ninguém lhes ia ligar nenhuma mas em boa verdade, quem já não indagou sobre “o discurso midiático que tem por ingredientes a complacência e o voyeurismo na representação da desgraça humana”? basta ligar na TVI à hora do jantar com a Ti Moura Guedes.

A arte evoluiu para algo mais abstracto que o próprio conceito...